XIII CONFERÊNCIA REGIONAL PAN-AMERICANA Maracay - Venezuela - Ano 1998 As Drogas Origem e Conseqüências (Proposta Espírita para sua prevenção, controle e superação.) Geraldo Pires de Oliveira Guarulhos - São Paulo INTRODUÇÃO
Abraçamos o espiritismo e por algum motivo, tendemos alguns a querer que a nossa filosofia tenha respostas para todos os problemas humanos. Talvez isso seja natural no espírito humano encarnado: A medicina gostaria de ser responsável por quase todas as soluções dos problemas humanos, a seu turno o direito talvez queira resolver e justificar tudo, a matemática, a química, a física, e as doutrinas filosóficas por sua vez, arrojam-se no encaminhamento de soluções para os intrincados problemas vivenciais da humanidade. Se ganharmos e fixarmos como valor na consciência, o achado de Sócrates: “Quanto mais sei, mais sei que não sei”, talvez caminhemos com segurança e quem sabe evitemos que ocorra de num certo momento batermos palmas sem acertar com as mãos. Esse intróito tem o objetivo de atestar a consciência de que não temos solução para todos os problemas. O espiritismo enquanto estímulo cultural pode desenvolver estudos e encaminhar muitas respostas, sobre todos os assuntos. Perscrutar o espírito humano nas suas tendências falácias, mazelas, e qualidades intrínsecas e abrir assim caminhos que possam favorecer a solução dos problemas, sem prescindir das áreas tecnicamente aparatadas para tratar do assunto. Por exemplo: Não podemos supor o espiritismo substituindo a medicina, a psicologia, a psiquiatria, etc.; mas pessoas formadas em qualquer área do conhecimento poderiam compor com o espiritismo. Talvez alguém prontamente diga: “Mas é assim, eu penso assim, isso é chover no molhado, etc.” estou me baseando em informações da prática espírita arrojada de alguns grupos em particular. O nosso objetivo é falar da problemática: DROGAS. Há uma solução mágica e pronta? - Não acreditamos! Trata-se a princípio de um problema comportamental, depois passa a ser um problema de saúde, e devemos considerar o aspecto ético e moral que vai da produção, venda e tráfico. Um problema de falta de valorização da vida. Pois é! . Temos aí material de análise para as áreas de: psicologia, medicina, educação,etc. Resta-nos o engajamento proporcional ao nosso interesse pela qualidade de vida que almejamos, no aspecto mais genérico. Afinal somos pais, irmãos, amantes, amigos, filhos, parentes, ou simplesmente solidários. O aparato extra que o espiritismo dispõe é a consciência transcendente do ser, a visão holistica; que procura entender, através do estudo intenso, o elemento humano: antes, durante e depois da presente existência. Dispomos da mediunidade, um material que nos aumenta o número de respostas e possibilidades de encaminhamento da solução. Mas deve-se considerar o aumento de variáveis, e da responsabilidade que isso supõe. Com a mediunidade a nossa disposição pode-se criar algumas frentes de atuação, de trabalho. Quanto a prevenção e tratamento, médicos, psicólogos, farmacoterapeutas, e afins encarnados e desencarnados poderiam envidar estudos efetivos que subsidiariam outra frente de atuação a do tratamento e recuperação de doentes e dependentes das diversas drogas. Ah ! sim . Sobram profissionais de outras áreas? - Sobra é trabalho pr’a todos. Profissionais do direito, assistentes sociais, educadores, da mesma forma, com esforços conjuntos dos planos desencarnado e encarnado. Há os trabalhos de
estudos da obsessão e tratamento de desobsessão. Sobretudo podemos ter subsídios no espiritismo, embasados na ciência e filosofia espírita, para a valorização da vida. Nessa área é a melhor “conseqüência moral” que o esforço conjunto de espíritas poderia obter.
Tipos de Drogas: Um dos melhores subsídios que podemos ter é sem dúvida o conhecimento. O mais abrangente possível que nos dê estofo para debates, orientação e maior questionamento. O que aqui apresentamos nessa rápida pesquisa não é certamente tudo. E é passível de contestação, de atualização por parte dos tecnicamente formados na área de domínio desse assunto. A intenção é situar o Espiritismo; até onde colaboramos ou nos omitimos. Melhor ainda, onde podemos interferir, participar e colaborar ?!? - Mas, vamos lá: Droga? O que é? - Na língua portuguesa, no Brasil, é comum ouvir-se a palavra droga, no popular, significando coisa ruim. _ Que droga, hein? - ou essa droga não vale nada. - o dia está uma droga. - Essa vida é uma droga. etc. . Interessante, que para a medicina o termo droga é praticamente o mesmo que remédio. Portanto deve ser coisa boa destinada a cura. Mas a palavra tem origem na palavra droog (holandês antigo) que quer dizer folha seca. Isso por que antigamente quase todo medicamento era feito de vegetais. Hoje a medicina define Droga como: “Qualquer substância capaz de modificar, alterar a função, ou funções dos organismos vivos, tendo como resultado mudanças fisiológicas ou de comportamento”.* Existem as drogas de efeitos psíquicos, chamadas psicotrópicos palavra formada por: psique = alma, mente; e Tropismo = atração. então poderíamos dizer que psicotrópico significa atração pelo psiquismo. Portanto as drogas psicotrópicas são as que atuam sobre o psiquismo. São vários tipos de drogas psicotrópicas que atuam de maneira diferente, em diferente direção, segundo a sua ação no SNC (Sistema Nervoso Central). São divididos em três grupos, a saber: 1. Depressores da atividade do SNC - os psicolépticos; 2. Estimulantes da atividade do SNC - os psicoanalépticos, nooanalépticos,
3. Pertubadores da atividade do SNC - psicoticomiméticos, psicodélicos,
Em outras palavras são: Tranqüilizantes, Estimulantes e Alucinógenos. As drogas psicotrópicas mais consumidas, com abuso, de acordo com a classificação acima são:
Depressores da Atividade do SNC * Álcool; * Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono), barbitúricos, alguns
* Ansiolíticos (que acalmam, inibem a ansiedade). Ex.: Diazepan, Lorax, etc.; * Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência). Ex.: Morfina, heroína,
* Inalantes ou solventes - Ex.: Colas, tintas, removedores, etc.
Estimulantes da Atividade do SNC * Anorexígenos (diminuem a fome). Aí entram principalmente as anfetaminas. Ex.: Perturbadores da Atividade do SNC De origem vegetal: * Mescalina (do cacto mexicano) * THC (da maconha) * Psilocibina (de certos cogumelos) * Lírio, ou trombeteira ou zabumba, ou saia branca. De origem sintética: * LSD-25 * “Êxtase” Anticolinérgicos.
Resumiremos abaixo algumas drogas e seus efeitos no organismo humano. Aqui a título de informação, supõe que os verdadeiramente interessados aprofundem as pesquisas, já que se pode observar um certo dinamismo na elaboração de novas drogas bem como a combinação de substâncias consideradas tóxicas.
Anfetaminas - (bolinhas, ou rebites) Fazem o cérebro trabalhar mais rápido, deixa o indivíduo mais aceso, elétrico, com menos sono. Muito usadas por estudantes em períodos de provas e por motoristas para estudarem e trabalhar por mais tempo. Exemplos do tipo anfetaminas: * Dietilpropiona - Nome comercial: Dualib, Hipofagin, Inibex, Moderine. * Fenproporex - Nome comercial: Desobesi-M, Lipomax. * Manzindol - Nome comercial: Dasten, Fagolipo, Inobesin, Lipese, Abstem-plus,
* Metanfetamina - Pervitin. Foi retirado do mercado brasileiro, mas ainda é bastante
encontrado por causa do contrabando. Nos Estados Unidos da América e cada vez mais consumido com o nome de ICE.
* Metilfenidato - Ritaline. Com o uso de anfetaminas pode se observar vários efeitos no ser humano: Insônia, inapetência, uma energia artificial faz com que o indivíduo fale mais rápido, etc. São efeitos no cérebro perceptível no comportamento. No corpo pode se observar: Midríase (dilatação da pupila), o que nos motoristas pode causar maior sensibilidade a luz, ofuscamento. Aumentam a pressão arterial e causa taquicardia. O principal efeito tóxico para os viciados é a irritabilidade, agressividade. Dependendo do excesso pode aparecer um estado de paranóia e alucinações, chamada de Psicose anfetamínica. É também interessante observar que pessoas que começaram tomando pequenas doses, ou seja, um ou dois comprimidos depois de certo tempo passa a tomar muito mais até quarenta ou sessenta comprimidos. Esse fenômeno se chama de tolerância. Para os que suspendem a droga via de regra não se observa crise de abstinência. Há registros de indivíduos que depois de suspenderem a droga experimentaram uma grande depressão.
Anticolinérgicos - (Plantas: Datura, Lírio, Trombeta, Trombeteira, Cartucho, Saia-Branca, Zabumba)(Medicamentos: Artane®, Akineton®, Bentyl®) - Essas drogas podem produzir alucinações, quando há abuso no uso dos remédios ou chás das plantas supra citadas. Normalmente as pessoas se sentem perseguidas por bichos ou pessoas. Tem pessoas que vêm santos, anjos, estrelinhas ao meio-dia. Os efeitos variam de pessoa para pessoa e é como se servisse para preencher um vazio existencial algumas visões, pois que algumas pessoas descrevem como sendo sensações agradáveis. Os efeitos no cérebro podem durar de dois a três dias. No corpo pode-se observar os seguintes efeitos: Midríase, boca seca, taquicardia, paralisação dos intestinos tanto que são considerados medicamentos anti-diarréticos, a bexiga fica preguiçosa e se tem uma retenção urinaria. Outro efeito tóxico que se observa é a elevação da temperatura que pode chegar a 40 ou 41ºC. O Artane®, chega a ser a terceira droga mais usada por meninos de rua no Brasil. Essa droga não desenvolve tolerância e nem se observou caso de Síndrome de abstinência. Cocaína - (Coca, Pasta de coca, Crack) - A planta da coca é natural da América do Sul. O nome científico é Erithroxylon coca. Os índios brasileiros chamam de epadú. Chega ao consumidor na forma de sal, o cloridrato de cocaina, pó que pode ser aspirado ou dissolvido em água e injetado. Como crack, que são pedrinhas, não é facilmente solúvel, mas é volátil ao aquecer por isso é fumada em cachimbos. A pasta de coca um produto mais grosseiros, é obtido quando as folhas de coca são tratadas com um solvente orgânico o álcali. Esta é fumada em cigarros chamados basukos. Os efeitos da ingestão de cocaína, no cérebro, são os seguintes: Sob a forma de crack é de dez a vinte segundos, se injetado é também quase que imediato o efeito, se “cafungada” pode se sentir em poucos minutos. O efeito é chamado de “rush” ou
“baque”, dura pouco mas é intenso. É uma sensação de euforia, de poder. E por ser agradável o usuário quer senti-lo várias vezes em curto espaço de tempo. Depois de repetir várias vezes segue-se uma sensação de cansaço, de disforia. A lembrança do prazer, difícil de explicar, faz com que o usuário queira logo experimentar de novo. Por isso podemos dizer que a cocaína causa dependência invariavelmente, mas não causa síndrome de abstinência na suspensão do uso. Os efeitos tóxicos começam a ser sentidos, quando do aumento das doses, produzindo sintomas mentais mais sérios como: irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações. Ao que se chama de “psicose-cocainica”. Pode ocorrer também aumento da temperatura e levar a convulsões. Pode se observar também a midríase, entre outros efeitos. Além disso, e mais grave, são os efeitos no sistema cardiovascular: Taquicardia, aumento de pressão arterial. Os casos de óbito por overdose é caracterizado por fibrilação ventricular que para o coração. Essa droga não induz a tolerância. O uso repetido é por causa da vontade de sentir o prazer efêmero.
Cogumelos e Plantas Alucinógenas - O mais famoso é usado no México, muito antes de Cristo, pelos nativos. Os pagés usam como “Cogumelo Sagrado”, acreditando-se que o uso possibilitava o contato com divindades. Outra crença considerada até recentemente era a possibilidade de expansão da mente, o que não é verdadeiro, já que o que se experimenta é exclusivamente o efeito de alucinação, que quer dizer: Percepção sem objeto. O cogumelo do México é chamado cientificamente de: Psylocybe Mexicana de onde se extrai a substância psilocibina de poderosa ação alucinógena. No Brasil temos dois cogumelos alucinógenos: Pcylocybe cubensis e o Paneolus. Jurema - Do vinho de Jurema é preparado a base de uma planta brasileira a Mimosa hostilis. É usado pelos remanescentes índios e caboclos do Brasil, nas cidades é utilizado em rituais de candomblé na passagem do ano. A jurema sintetiza a substância dimetiltritamina ou DMT responsável pelo efeito alucinógeno. Mescal ou Peyolt - Trata-se de um cacto que produz a substância mescalina, utilizado na América central desde remotos tempos em rituais religiosos. Caapi e Chacrona - Utilizado no Culto da União Vegetal, no ritual do Santo Daime e várias outras seitas. Bastante difundido o uso no Brasil nas regiões do norte e nos grandes centros urbanos, por influência dos índios da América do Sul. No Peru a bebida feita pelas duas plantas é chamada de Ayahuasca, que quer dizer “vinho da vida”. A principal substância sintetizada é o DMT. Os efeitos no cérebro dependem da sensibilidade e personalidade de cada indivíduo, da expectativa que cada um pode ter de cada ambiente. Podem causar uma sensação agradável o que é chamado de boa viagem, com audição de sons incomuns, cores brilhantes; pode causar também uma má viagem com a sensação de deformação do próprio corpo, de morte iminente, visões terrificantes. Por se tratar de alucinógeno primário não se observa grandes efeitos no resto do corpo, possivelmente dilatação da pupila, sudorese mais intensa, taquicardia, náusea, vômito. Não se observa o fenômeno de tolerância, nem síndrome de abstinência. O que preocupa, é uma possibilidade; felizmente rara, da pessoa ser tomada por um delírio
persecutório, delírio de grandeza, ou acesso de pânico, e por, isso tomar atitudes prejudiciais a si ou a outrem.
Maconha - (Sinônimos: Hashish, Bangh, Ganja, Diamba, Marijuana, Marihuana) a substância é o THC - Tetrahidrocanabinol - proveniente da planta Cannabis sativa. A fumação crônica da maconha faz com que se consuma um alto teor de alcatrão, que contém o benzopireno, conhecido agente cancerígeno. O uso continuado tem efeitos psíquicos consideráveis, como interferir na memorização e aprendizagem, outra coisa é a possibilidade de um efeito crônico chamado de Síndrome Amotivacional. Tudo perde a graça e importância. Para o uso da maconha existe efeitos psíquicos e efeitos físicos. De acordo com o tempo de uso os efeitos podem ser agudos ou crônicos. Nos efeitos físicos agudos pode-se observar olhos avermelhados, o que os médicos chamam de hiperemia das conjuntivas; boca seca ou como chamam na medicina xerostomia, o coração dispara. Dependendo da qualidade da maconha fumada, e de quem fuma os efeitos podem variar. Um dos grandes prejuízos é a perturbação para calcular tempo e espaço e também da memória e da atenção. A maconha causa delírio e alucinação, o que pode levar a conseqüências desastrosas. Um fato importante é se o indivíduo tem alguma doença psíquica mesmo sob controle com o uso da maconha o sintomas voltam e parecem, a partir daí sem controle. Ópio e Morfina - (Papoula do Oriente, Opiáceos, Opióides): Oriundos da Papaver soniferun, comummente chamada de Papoula do Oriente. Quando se faz um corte na cápsula da flor, tem-se um suco leitoso, o ópio(do grego quer dizer suco), quando desidrata-se o suco tem-se o pó de ópio. Nele existem substâncias bastante ativas, a qual destaca-se a morfina(palavra que vem do deus grego Morfeu, o deus dos sonhos). Daí podemos deduzir que essa droga é um depressor do SNC. Ainda podemos obter mais substâncias do ópio como a codeína e a heroína. No caso se diz que a heroína é uma droga semi-sintética ou semi-natural. Toda droga opiácea tem o mesmo efeito no SNC, qual seja, diminuem a sua atividade. Os efeitos são de analgesia e de hipnose, por isso recebem também o nome de narcóticos. Outro nome que recebem é: drogas Hipnoanalgésicas. Seguem alguns exemplos de ópios encontrados no mercado: Naturais: * Morfina - Analgésico - encontrado em ampolas e comprimidos; * Pó de ópio - anti-diarrético e analgésico - tintura de ópio, elixir Paregórico, Elixir de
Dover - preparado em tintura alcoólica;
* Codeína - Anti-tussígeno, analgésico - Belacodid, Belpar, Gotas Binelli, Setux,
Benzotiol, etc. - preparados em gota comprimidos e supositórios;
Sintéticos: * Meperidina ou Petidina - Analgésico - Dolantina; Demerol, Meperidina - preparados em
* Propoxiteno - Analgésico - Algafan(, Doloxene A, etc. - ampolas e comprimidos,
* Fentanil - analgésico - Fentanil, Inoval - encontrados em ampolas;
Semi-sintéticos: * Heroina - Proibido o uso médico; * Metadona - tratamento de dependentes de morfina e heroina, não existe no Brasil; * Zipeprol - Antitussígeno - Eritós, Natux, Tussiflex - encontrados em gotas, xaropes,
Os usuários dessas drogas, que o fazem sem indicação médica querem sentir o torpor, característico do efeito de depressão do cérebro, um isolamento das realidades do mundo, um calmaria onde realidade e fantasia se misturam. Observa-se uma retração acentuada da pupilas, há uma paralisia do estômago, dos intestinos. Os usuários dessas drogas sentem via de regra prisão de ventre. Dos efeitos tóxicos destacamos depressão respiratória e cardíaca. O que supõe pouca oxigenação do sangue, pouca respiração, a vítima de intoxicação por essas drogas fica azulada, entra em coma e pode morrer. Esse tipo de droga leva a dependência com facilidade e tem dolorosa crise por abstinência com: náuseas e vômitos, diarréia, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, esses efeitos podem levar de oito a doze dias. Observa-se também o efeito da tolerância.
Perturbadores sintéticos(Alucinógenos - LSD-25 (“ácido) e MDMA(“Êxtase”)) - O LSD- 25 (dietilamida do ácido lisérgico) é possivelmente a mais potente droga alucinógena que existe, uma pequena quantidade, microgramas, podem levar a alucinações. O MDMA é a abreviação de DioxoMetaAnfetamina, conhecido popularmente com o nome de êxtase, tem efeito alucinógeno combinado com o estimulante da Metanfetamina. As alucinações tanto visuais quanto auditivas variam de pessoa para pessoa, e pode dar prazer chamada “boa viagem” como pode causar medo extremo “má viagem” ou bode. Outro efeito é o delírio, normalmente de natureza persecutória ou de grandiosidade. Outra variante é fenômeno chamado Flashback, que é reviver a sensação ruim sem ter tomado de novo a droga, pode durar até dois anos. Desenvolve a tolerância rapidamente, não leva a síndrome de abstinência nem leva a dependência. Solventes ou Inalantes: (Cola de sapateiro, etc.) - Vários produtos no mercado podem ter a propriedade de inalantes como por exemplo: Solvente de esmaltes, esmalte, tintas, colas, etc. - São pertencente a um grupo de produtos a base de hidrocarbonetos, como: tolueno, n-hexano, acetato de etila, tricoetileno, etc. . Temos produto feito clandestina e artesanalmente apelidado de cheirinho da Loló, ou simplesmente Loló, a base de clorofórmio e eter, mas nem sempre são os mesmos produtos, pois quando não encontram um ou outro misturam qualquer outra coisa. Já meio fora de moda, mas lembramos do lança perfume a base de cloreto de etila ou cloretila. Efeitos no cérebro: Vão de estimulação no inicio seguindo-se de uma depressão podendo também experimentar alucinações. São quatro fases crescentes de intoxicação por
inalantes desde a fase de excitação a desejada, que já apresenta alguns incômodos como perturbações auditivas e tonturas, até a quarta fase que é uma depressão tardia, com queda de pressão podendo se chegar a inconsciência, sonhos estranhos, convulsões. Pode levar ao coma e a morte esta fase. Mas a continuidade do processo pode levar invariavelmente a destruição de neurônios com lesões irreversíveis no cérebro. O coração dos viciados em inalantes fica mais sensível a adrenalina o que aumenta os batimentos cardíacos. Os efeitos tóxicos podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado, e dos nervos periféricos que controlam os músculos. Pelos critérios da OMS (Organização Mundial de Saúde) os inalantes não causam dependência, mas observa-se que os meninos de rua dizem sentir necessidade de cheirar a cola sem o que eles passam mau, e isso já aconteceu com outros indivíduos. Não há informação sobre síndrome de abstinência. A tolerância existe, mas não tão dramática.
Tranqüilizantes ou Ansiolíticos (os Benzodiazepínicos): Hoje não são mais chamados de tranqüilizantes, prefere-se o nome de ansiolíticos porque destroem a ansiedade, esse é o principal efeito terapêutico dessa droga. Mas como outras utilizadas no tratamento de doenças, ou nas terapias, o limite entre dose terapêutica e tóxica é muito tênue. Como é um depressor da atividade do cérebro os diazepínicos se caracterizam por: 1) Diminuição de ansiedade, 2) indução do sono, 3) relaxamento muscular e 4) redução dos estado de alerta. Apesar de apresentar poucos efeitos graves, ou seja não caracterizar grandes riscos, além de hipotonia muscular (Moleza), dificuldade para ficar em pé, algum eventual desmaio, a situação só pode agravar o risco se combinar o uso dessas drogas com bebidas alcoólicas, que pode levar ao coma por diminuir acentuadamente a atividade do cérebro. Nunca indicado para mulheres grávidas, por poder causar lesões no feto. Sem a droga o dependente sente irritabilidade, insônia excessiva, sudorese, dores. O uso dessa droga no Brasil particularmente é abusivo. As indicações por parte de laboratórios e profissionais da área médica é exagerada. Xaropes e Gotas para Tosse (com Codeína ou Zipeprol): Essas drogas de a função de inibir uma parte do cérebro chamada centro da tosse. São analgésicos e podem causar sonolência. Causa midríase, dá sensação de má digestão e pode causar prisão de ventre. Também apatia, queda da pressão arterial, batimento cardíaco fica lento, a pele fica fria e azulada (cianose) e pode levar a inconsciência. Causa tolerância, dependência e a suspensão da droga dá síndrome de abstinência. No caso do Zipeprol pode se chegar a convulsões. As drogas citadas acima que podem ser encontradas em remédios normalmente devem ter seu uso controlado com receituário especial por parte da medicina. No entanto no Brasil não há uma fiscalização muito rigorosa, e as farmácias desonestas existem, portanto não é difícil conseguir-se as drogas. Álcool: (bebidas destiladas, bebidas fermentadas) É a droga mais antiga de que se tem notícia, dizem alguns, dos fermentados vinhos e cervejas já se tem notícia no antigo Egito. Deixamos para falar aqui dessa droga, pois que reputamos como a pior a mais nefasta, o que se pode constatar nos altos índices de acidentes de trabalho, de trânsito, destruição da família, degeneração da moral. Para se ter alguma idéia em nºs.: O álcool é responsável por 90% das internações hospitalares por dependência, aparece em 70%
dos laudos cadavéricos das mortes violentas. Por meio da literatura internacional se tem a cifra de 12% da população mundial de alcoolistas, ou dependente. Seguramente é a droga que mais danos causa à sociedade. O por ser uma droga lícita o seu consumo é estimulado. As campanhas de combate ao consumo são ridículas ante ao apelo da mídia escrita, falada e televisada. Existe legislação específica que proíbe propagandas sobre o álcool no rádio e televisão, além da proibição de venda de bebidas para menores de dezoito anos; mas estas leis não são devidamente respeitadas. Para se ter uma idéia no IV Levantamento (1997) do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas) da Escola Paulista de Medicina de São Paulo, se pôde concluir que só 0,9 % de menores não conseguiram adquirir bebidas alcoólicas. Cerca de 50% de estudantes entre 10 e 12 anos já fizeram uso desta droga. Na análise do levantamento da CEDRIB (1997) o uso freqüente, de 6 a 7 vezes ou mais por mês, é de tendência crescente. O uso pesado, de 20 a mais vezes é crescente e preocupante. 28,9% já usaram bebidas alcoólicas até embriagar-se, cerca de 28,6% tomaram bebida na própria casa, destes 21,8% oferecido pelos pais, e por influência de amigos foram 23,81%. Falar dos seus efeitos no organismo humano é repetir o que muitos fazem; mas podemos lembrar que é um depressor do SNC. Dá uma sensação de euforia a princípio mas depois, vem a atonia, o comprometimento do funcionamento do fígado e rins e sobrecarga da função da supra-renal, com o tempo as artérias e veias perdem a elasticidade, a flexibilidade favorecendo o entupimento. Isso pode causar trombose, infarto, derrames, etc.; causa dependência, síndrome de abstinência e tolerância - No sistema nervoso a ordem de ataque do álcool é a seguinte: Córtex Cerebral - responsável pela coordenação das funções de sensação e percepção; depois vem o cerebelo, responsável pela coordenação motora e equilíbrio, Sistema Limbico, responsável pela memória, emoções e pela sexualidade. Na realidade o organismo sofre como um todo, sobretudo o organismo social, começando pelo familiar. A liberação do consumo do álcool no aspecto médico, é porque julgam que em pequenas doses não faz tanto mal assim, mas faz ! No aspecto político econômico é porque gera bastante impostos. Todo dinheiro arrecadado pelos impostos a industrialização de bebidas alcoólicas não paga uma pequena parte do que se gasta no setor de saúde com os tratamentos de doenças causadas pelo alcoolismo. As estatísticas são claras e assustadoras. Reflita-se sobre o número de acidentes de trabalho, de trânsito, da violência, e se poderá constatar quão nefasto é o uso do álcool. Em prol da segurança, poderíamos dispensar o barzinho da própria casa. Não adotar a cerveja, o vinho ou os “inocentes” licores para que os filhos não tenham à mão facilmente. Só pr’a informar, segundo uma publicação do Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde - Programa Nacional de DST/AIDS - 1995: 84% apresentam uso ocasional.
Tabaco: (cigarros, charutos, cachimbos, etc.) - O tabaco é uma droga psicotrópica estimulante do SNC. O tabagismo também é uma doença bastante tolerada pela sociedade dita civilizada. O fumo causa dependência, e tolerância. Inúmeras doenças como câncer da boca, dos
pulmões, gastrointestinais, afecções das vias respiratórias, derrames, etc. Repisar aqui é ser repetitivo. Repete-se as condições do álcool: “não faz tão mal”, e política e economicamente dá aos governos um certo interesse em manter-se as indústria do tabaco. Segundo a Publicação: Prevenindo contra as Drogas e DST/AIDS de 1995: 50% dos homens e 33% das mulheres fumam. O boletim do CEBRID, da Escola Paulista de Medicina, em publicação mais recente (março/1998) dá conta que os números entre homens e mulheres praticamente se igualam. No Serviço Público de Saúde para tratamento das doenças causadas pelo tabaco, o que se perde com a invalidez da mão de obra produtiva, com as mortes prematuras, as arrecadações de impostos não chegam a ¼ da cifra gasta. Temos muito o que crescer muito o que progredir nisso. As campanhas de combate ao tabagismo são pálidas, inférteis e sem arrojo ante ao apelo das propagandas. Os efeitos nocivos das drogas nas gestantes é outra preocupação que deveria ser mais efetivamente analisada e atacada por quem se disponha a abraçar uma campanha de combate ao consumo de drogas psicotrópicas. Filhos de alcoólatras e fumantes, nascerão com prejuízos que pouco se poderá fazer para compensar: Doenças respiratórias, insuficiência renal, inteligência comprometida, etc. Para encerrar esse tópico sobre os tipos de drogas, queremos dizer que o desenvolvimento da consciência pode nos fazer perceber, quando podemos estar consumindo substâncias aparentemente inocentes mas que comprometem a qualidade de vida, como por exemplo: A cafeína, estimulante encontrada no café, no mate, no chá preto. Existem substâncias viciantes nos chocolates e alguns doces, mesmo nos açucares refinados. O melhoramento da qualidade de vida, da saúde permite a qualificação e sensibilização do espírito humano. Corpo e Espírito integrados perfeitamente, com qualidade supõe melhor correlação nessa realidade universal. Aspectos Comportamentais: É interessante observarmos que a sociedade de forma geral condena o uso de drogas. A julgar pela generalidade das opiniões seria de considerar que o consumo de drogas não poderia tornar-se uma chaga social, como o é de fato. No entanto no mundo cerca de dez a quinze por cento da população do planeta consomem droga de maneira viciosa. Se se levar em conta os que experimentam por um momento, por uma aventura o índice cresce consideravelmente.
Consideremos alguns móveis que podem levar ao consumo de tóxicos: Curiosidade - o adolescente ouve dizer que “é um barato”, uma sensação diferente e que não faz mal. E é possível sorver doses a mais de uma bebida alcoólica disposta no barzinho da própria casa. Normalmente em companhia de colegas dispostos a mesma aventura. Poderíamos considerar a mesma possibilidade para a maconha, cocaína, etc. - Desse grupo alguns podem viciar-se. Os cientistas da área médica e afim, estudiosos do assunto preferem chamar os usuários de drogas de dependentes. Existem os dependentes químicos e os dependentes psicológicos. Ainda considerando os aspecto
da curiosidade, gostaria de citar um fato que tive conhecimento: Um rapaz usuário habitual de drogas - álcool, maconha, cocaína, e o que possivelmente aparecesse; gostava de relatar suas experiências. Jovem de uns vinte ou vinte e dois anos se muito. Contou-nos que num determinado dia fumou maconha, mais tarde cheirou cocaína e não tendo alcançado um certo nível de sensação, resolveu tomar um frasco de fluido de isqueiro. Ele ouvia um pequeno rádio a pilha, descreveu a sensação, que por mais que abaixasse o volume tinha a impressão que o som estava ensurdecedor, e que uma microfonia irritante parecia explodir seu cérebro. Podemos depreender daí inúmeras facetas da curiosidade. Os incautos jovens que experimentaram pela primeira vez, quererão por certo sentir novas emoções, intentar diversas “viagens”. Consideremos a possibilidade da patologia da dependência ter sua raiz numa espécie de “patologia psíquica” da curiosidade um tanto nefasta, visto que não se tem como prever quem sairá ileso da primeira aventura. Em primeira instância todos têm a potencialidade do vício. Têm os que se salvam? - mas com que marcas? A que preço?
Enquadramento - Existe um grupo de interesse. Daí um determinado indivíduo quer achegar-se, integrar realmente o grupo participar efetivamente. O grupo faz uso regular de uma droga qualquer: álcool, cigarro, maconha, etc.; quer parecer que só da para sentir-se a vontade se, se comportar tal qual os demais elementos. Daí paga-se o preço ! Timidez - Citamos acima a “dependência psicológica” a timidez poderíamos considerar como um móvel dessa patologia. Para soltar-se o indivíduo faz uso de um narcótico qualquer que o faça sentir-se mais solto. Numa festa via de regra, alguns indivíduos não sabem o que fazer com as mãos, onde coloca-las é preciso por isso um copo de bebida, o cigarro. Tristeza - Uma emoção controvertida, um estado melancólico; é preciso afogar as mágoas. Uma bebida, um cigarro, um tranqüilizante, um sedativo, qualquer coisa que altere a realidade do momento. Nesse contexto todos podemos enumerar muitas causas: morte de ente querido, perda de um amor, de um amigo, do emprego, o time que perdeu o jogo, ingratidão, etc. etc. Euforia - As vezes é preciso botar lenha na fogueira. O time ganhou, venceu-se uma prova difícil, uma promoção. Quer parecer que a euforia é presente nas comemorações mais diversas, regadas a vinhos, champanhas, cervejas, destiladas, tabaco, maconha, ou o que valha ! Medo - É um outro aspecto psicológico que serve como desculpa para o uso de drogas. Não se pode desconsiderar a patologia do medo (Síndrome do Pânico, etc.), contudo deve-se procurar minimizar a transgressão do limite entre a terapia e o vício, quer dizer, ter claro a sutileza entre a dose terapêutica e a tóxica. “Ah! estou com medo de saltar de pára-quedas, deixa eu triplicar a dose de conhaque.” Tensão - O estresse, o cansaço, estafa servem como justificativa para o uso regular de uma droga qualquer, principalmente o álcool e o tabaco. Mas também relaxantes, calmantes, e até analgésicos podem ser usado de maneira viciosa, tóxico-maniacamente. Descompensação Afetiva: Todo o descrito acima, parece estar estreitamente ligado com esse item, ora tratado por diversos psicólogos. O medo, a timidez, a aceitação, etc., talvez esteja ligado a uma descompensação afetiva que se resolvida pode ser a solução de qualquer problema, de consumo de drogas ou outro. Os itens acima, são alguns que caracterizam o que se chama de: “Dependência Psicológica”. A “Dependência Química” é caracterizada por um estágio mais doentio, mórbido; quando o vício ganha aspectos patológicos. Mais difícil de reverter, de tratar, de curar. Não se quer dizer que não haja dificuldade no tratamento da dependência psicológica, em absoluto. A dificuldade é variável de indivíduo para indivíduo. Podemos delinear uma analogia para a dependência química: É como se na célula do usuário houvesse um nível a ser respeitado. Quando o nível baixa é preciso ser reposto. Isso se dá pela saturação da substância tóxica no organismo. Por exemplo o fumante, depois de certo tempo sem fumar sente a necessidade de completar o nível da droga na célula. Depois de uma noite de sono a necessidade de fumar para o fumante, é muito maior. Assim é pr’o alcoolista, pr’os hipocondríacos, para os consumidores de drogas em geral. A Legalização ou Descriminação do Comércio e Consumo de Drogas: Praticamente em todo mundo a aquisição e consumo de drogas como o álcool, o fumo, anfetaminas, calmantes, anabolizantes; são facilitados pela lei. São a chamadas drogas legais, praticamente sem controle por parte dos órgãos de saúde. Aí então entra em questão a legalização das drogas “pesadas”, ou ilícitas como a cocaína, heroina, crack. Muitos espíritas sem questionar, prontamente haverão de condenar a idéia de liberação, ou descriminação. Analisemos: A produção e comércio livre do álcool e do fumo é justificado pelos governos dos diversos países como grande gerador de receitas a título de impostos. As estatísticas dão conta de que o gasto com saúde pública para o tratamento de dependentes dessas drogas supera de longe o que se arrecada com os tais impostos. Por outro lado as drogas ilegais geram um mercado negro, com muita violência, a cargo de verdadeiras máfias, cartéis, e ondas de banditismo. A legalização do comércio dessas drogas, as chamadas ilegais, acabaria com o mercado negro e toda sorte de crimes a ele ligados. Os doentes teriam o tratamento de saúde tal como os viciados em cigarros e bebidas alcoólicas. Por outro lado veríamos o fenômeno da “barata, que nunca come melado e quando come se lambuza” e por muitos anos a sociedade arcaria com um grande índice de mortes por drogas e doentes incapacitados. Poderíamos talvez contar com campanhas e reclames na mídia tentando persuadir os usuários. No entanto, na realidade do álcool e do fumo, quer nos parecer que as propagandas de cervejas, wiskies, vinhos, vodkas, conhaques, champanhas, e todas as marcas de cigarros convencem mais, e têm investimentos mais arrojados do que as campanhas de combate ao consumo. Em suma: prós e contras não supõe uma solução próxima ou fácil. Enfim é pura polêmica. Pode nos
servir para reflexão, mas qualquer partido nos deixaria com a consciência capenga. É preciso aprofundar o questionamento. Há informação que em países onde se liberou o consumo de maconha por exemplo, o consumo não aumentou, é um aspecto a se considerar. Por outro lado o suicídio juvenil e geral aumentou. Reflita-se! Análise Sob Uma Ótica Espírita Poderíamos considerar que o espiritismo nos remete a uma visão holística do ser encarnado. Por esse prisma compomos possibilidades de análise de cada caso, de cada indivíduo. Uma das vias a se considerar nos estudos da problemática do vício é o fator de influenciação do ser essencial, do espírito. Costumamos dizer por analogia que o alcoólatra, por exemplo, é um caneco vivo, que depois de viciado bebe por ele e por espíritos desencarnados que ainda mantém o gosto pelo álcool. Esse fator de influenciação vale para os demais vícios, e a permeabilidade mental do dependente é notória, bastante evidente. Os espíritos desencarnados atuam numa espécie de vampirismo, contribuindo para os estiolamento do espírito encarnado. O autor desencarnado André Luís, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editado pela FEB (Federação Espírita Brasileira) no livro: Sexo e Destino, conta a situação de um homem acercado por dois espíritos desencarnados em sua residência, induzido por um a tomar uma dose de whisky, o outro espírito também provocou uma comichão em sua garganta para que ele sentisse vontade de tomar mais um gole. Essas induções valem para o uso de drogas, para a gula compulsiva, etc.; pois que a mente do encarnado fica bastante susceptível, enfraquecida mesmo, e a mente do desencarnado cada vez mais dominante e fortalecida. Por tanto, acreditamos que os grupos espíritas afeitos a tratamentos, ou que queiram arrojar-se nos estudos e combate as drogas deveriam considerar o a obsessão como fator preponderante para o encaminhamento da cura do viciado. Aliando psicanálise, laborterapia, e o tratamento ambulatorial de desintoxicação as chances de sucesso é eminente. Considere-se a possibilidade de o espírito que desencarnou com um vício aproximar-se por afinidade de um espírito encarnado. Considere-se ainda a possibilidade de indução para que o encarnado beba, fume ou use drogas. Um outro aspecto que o espiritismo pode avaliar com certa propriedade é o desenvolvimento humano nessas poucas centenas de anos sobre a face do planeta. Recentemente descobriu-se que haviam vestígios de cocaína, de nicotina nas múmias do Egito; isso parece confrontar com o dado acima que atribuem ao álcool a maioridade; porém estudos novos trazem dados novos, e aqui consideramos as informações, possíveis. Temos também o ópio consumido livremente por diversos povos desde a antigüidade. Então, culturalmente estamos impregnados de influência desde os primórdios da nossa era. Talvez o inconsciente coletivo de que nos falou Carl Yung explique alguma coisa, mas consideremos a possibilidade de que nunca se fez um trabalho efetivo, acirrado, viril de “Valorização da Vida”. Essa a grande resposta que o espiritismo pode oferecer para tantos problemas humanos, sobretudo para a problemática das drogas. Todo indivíduo que faz uso de drogas, qualquer que seja, a título de prazer, o fazem por desconhecer a possibilidade da continuidade da vida, a realidade da reencarnação. Se
isso pudesse ser passado mais efetivamente de maneira cultural, impregnando a educação, temos a certeza que contribuiria muito. Tivemos um poeta no Brasil, Vinícius de Moraes, que num poema brincava com uma frase popular, dizia: “(vida) duas, ninguém poderá dizer que teve, sem um atestado passado em cartório dos céus, assinado em baixo Deus e com firma reconhecida”. A par disso poderíamos avaliar o quão cara é a vida. Se para cada personalidade há uma única oportunidade. Só se pode aproveitar integralmente essa oportunidade observando potencialmente como desenvolver da melhor maneira o que nos foi dado a viver. São três fatores básicos que levam ao vício, a dependência: a droga, produto, e seus efeitos, a pessoa a personalidade, e seus problemas pessoais; a sociedade, o contexto sócio-cultural e econômico, suas pressões e contradições. A Valorização da Vida, pode se dar pela espiritualização racional, calcada no desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo. E quem ou o que melhor que o espiritismo pode balizar essa solução? O espiritismo pode contribuir portanto com a compreensão do desenvolvimento inscrevendo um novo código no coração do espírito humano. Reverter a impregnação cultural de milênios dos vícios e caracterizar o prazer de valorizar a vida. Racionalmente! Um aspecto que poderíamos considerar é o fato de artistas e intelectuais através dos tempos, terem feito uso de drogas para favorecer a inspiração. Já ouvi relato de artistas que diziam que sob efeitos do ácido licérgico (LSD) era mais fácil compor, a inspiração fluía melhor. Sabemos dessa possibilidade pela atuação da droga no cérebro, a questão ainda é o preço que se paga por isso; por abrir abruptamente os canais da mente por artifícios tóxicos. Normalmente a depressão, a apatia e a falta de vontade de viver. Na década de 60, muitos jovens controvertendo a ordem, difundiram o uso de entorpecentes, na contraposição de uma moral artificial ditada por uma cultura carcomida nos valores humanos, foram, por um certo prisma; mártires de uma época. Difundiram valores morais verdadeiros e sacrificaram corpos por um ideal. Poderíamos questionar muito dessa história, poderíamos criticar os meios. Supervalorizou-se a idéia, com o fim de influir nos costumes e na sociedade moderna, e desvalorizou-se o corpo, a “mente sã em corpo são”, numa afronta a vaidade, ao orgulho. Os remanescentes daquela geração, que casaram, constituíram família se comportam de maneira conservadora, avessa ao ideal que propagaram embalados pelas drogas. O que poderíamos avaliar nisso? - os valores para muitos eram inconsistente. A vida deve ter um valor mais integral, mais profundo, e tem! O que podemos refletir e avaliar e propagar é a idéia que se existem os que plantam maconha, existem os que plantam alimentos, se existem os que destilam cocaína, bebidas, e outras drogas existem os que desenvolvem remédios para a cura de doenças. A questão é valorizar o bem, sem maniqueismo, sem alienação, é preciso trilhar e entender os caminhos do amor, é possível. Valorizar a justiça social, diminuir a distância entre a realidade do terceiro e do primeiro mundo. A filosofia espírita tem como constituir, com dados consistentes, o modelo ideal de ser humano. Valorização da Vida, Super Valorização da Vida, sem alienação de espécie alguma, eis a grande resposta do espiritismo. É! Conclusão: O tratamento dos doentes, dependentes de drogas é bastante árduo, difícil mesmo. Mas é um empreendimento necessário. O melhor encaminhamento para os que se disponham ao trabalho é a informação sem preconceito, e despretensiosa de salvação do mundo, com realismo, com consciência. O que mais podemos fazer é trabalhar na prevenção. Essa proposta passa necessariamente pela educação. Outro aspecto, que devemos frisar, é o da melhoria do padrão de convivência. Aí passamos por um processo de qualificação da família. É na elaboração da convivência familiar que podemos prevenir o declínio social, com a conseqüente marginalização pelas drogas. No mais, amar a vida! Geraldo Pires de Oliveira Fonte de Pesquisas: CEBRID - Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas Boletim N.º 32 - Março 1998
Folhetos do CEBRID: O que são Drogas Psicotrópicas Anfetaminas - Bolinhas Rebites Anti-colinérgicos - Plantas: Datura, Lírio, Trombeta, Trombeteira, Cartucho, Saia-Branca,
Zabumba - Medicamentos: Artane®, Akineton®, Bentyl®
Cocaína - coca, pasta de coca, crack Maconha - Hashish, Bangh, Ganja, Diamba, Marijuana, Marihuana - THC
Opio e Morfina - Papoula do Oriente, Opiáceos, Opióides Perturbadores - (Alucinógenos) - LSD-25 = ácido, MDMA = êxtase Solventes ou Inalantes - Cola de Sapateiro. Tranqüilizantes ou Ansilolíticos - Os Benzodiazepínicos. Xaropes e Gotas para Tosse - Com codeína ou Zipeprol
Rua Botucatú, 862 - 1º andar - CEP 04023- São Paulo - Brasil
e-mail: [email protected] Organização Mundial de Saúde - OMS
Division of Mental Health and Substance Abuse, WHO,
Geraldo Pires de Oliveira
Brasileiro - Casado - 2 filhos (quase três) - residente em Guarulhos - São Paulo -
Estudou até 4º ano de administração de Empresas - Faculdades Integradas de
Guarulhos, até 2º ano de Química nas Faculdades Farias Brito (hoje Universidade
Guarulhos), é Radialista - Locutor, Massagista. Profissões que exerce além de ser
representante comercial junto a Construção civil: vendendo produtos de aço
inoxidável, serviços de terraplenagem, e projetos.
No Movimento Espírita de São Paulo, participa do CPDoc, participou de programas
espíritas de rádio (como produtor e locutor) por 10 anos, estudante do espiritismo
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